Cursos técnicos ainda têm número insatisfatório de estudantes no país

Somente 6% dos jovens brasileiros escolhem essa opção de estudo. Apesar disso, escolas técnicas podem trazer mais oportunidades de trabalho.

 

Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria detectou um número insatisfatório de jovens em cursos técnicos profissionalizantes. Mesmo assim, o que os alunos fazem no laboratório de uma escola técnica é bem parecido com o que eles encontram no trabalho. Esses cursos chegam a durar, em média, dois anos e os alunos normalmente frequentam junto com o Ensino Médio. Foi o caso de Rodrigo Alves Barbosa, aluno de automação que já estava na faculdade e voltou para a escola técnica. Ele precisava se especializar para continuar no emprego. “Quando eu cheguei no campo, tive muita dificuldade para lidar com todos aqueles controles e comandos. Por isso, eu vi a necessidade de vir para um curso técnico”, conta Rodrigo.

Uma escola técnica pode ter cursos em várias áreas: de automação industrial a turismo, de eletrônica a administração, de informática a transportes. São cursos curtos, duram bem menos que uma faculdade, e preparam o aluno para o mercado de trabalho. Mesmo assim, essa ainda é a opção de uma minoria.

De acordo com uma pesquisa da CNI Ibope, 90% dos brasileiros acreditam que fazer um curso técnico profissionalizante traz mais oportunidades de trabalho. Entretanto, somente 6% dos jovens escolheram esse caminho e metade faz também o Ensino Médio. 15% cursam só o Ensino Médio e 18% estão fazendo uma faculdade.

Para o responsável pela pesquisa, os números mostram que a maioria dos jovens vê na universidade a única possibilidade de se profissionalizar. E, por isso, quem não tem perspectiva de chegar a uma faculdade acaba abandonando a escola. “Eu acho que a grande vantagem do ensino técnico para o jovem é a perspectiva de ele ter uma profissão. Na medida em que ele tem uma educação profissional, vai ficar até o final do Ensino Médio”, diz Renato da Fonseca, gerente de pesquisa e competitividade da CNI.

Para a especialista em educação Stela Piconez, é preciso criar mais cursos técnicos noturnos, preparar e pagar melhor os professores. “Nós precisamos ampliar e tirar o mito de que o Ensino Médio é menos importante do que a universidade. Porque nós estamos ficando absolutamente defasados em recursos humanos”, explica a especialista da Faculdade de Educação da USP.

Fonte: https://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2014/02/cursos-tecnicos-ainda-tem-numero-insatisfatorio-de-estudantes-no-pais.html